Mesmo assim, desembolso de 2009 deve superar o do ano passado.
Fonte: G1
O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social informou nesta quinta-feira (29) que seus desembolsos - liberações de financiamentos - cresceram 42% em 2008, na comparação com 2007, atingindo o valor recorde de R$ 92,2 bilhões. O BNDES é um banco estatal de fomento, que libera dinheiro a empresas a juros subsidiados.
“O desempenho em 2008 foi muito bom. O banco expandiu 42% o seu desembolso, as consultas continuaram crescendo. O banco se esforçou muito. A partir do agravamento da crise, acelerou o desempenho para poder responder e ajudar a economia brasileira”, disse o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que considerou "moderados" os efeitos da crise internacional, sentida a partir do quarto trimestre.
Os desembolsos do BNDES no 4º trimestre do ano passado somaram R$ 30,8 bilhões, com crescimento de 34%.
Ajuste na produção
Os números refletem, conforme o banco, a realidade econômica brasileira do ano passado - as projeções de crescimento para o país em 2008 encontram-se na ordem de 5%, número que deve ser bastante reduzido neste ano (de acordo com o Fundo Monetário Internacional, o Brasil deve crescer 1,8% em 2009).
"Não há dúvida que em determinados setores há um ajuste de processo de produção, a demanda caiu, estamos em meio um ajuste. O que nós estamos aqui é buscando encontrar formas de abreviar esses ajustes, minimizar os efeitos negativos desse ajuste sobre o emprego, de maneira que a economia brasileira possa voltar a ter mais previsibilidade quanto ao seu potencial de crescimento", disse Coutinho.
Redução
As perspectivas de investimentos do banco para o período entre 2009 e 2012, foram reduzidas - as projeções iniciais, feitas em agosto, foram revistas para baixo em dezembro. Com isso, o valor previsto para as liberações totais no período caíram de R$ 1,5 trilhão para R$ 1,3 trilhão, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (29). Para Coutinho, no entanto, a redução nos planos de investimento é considerada pequena se comparada às estimativas do mercado.
"Não houve uma contração significativa dos planos de investimento. Houve uma desaceleração, mas a taxa continua positiva”, disse Coutinho.
De acordo com o presidente do BNDES, os efeitos da crise se manifestaram de maneira mais intensa no setor de insumos básicos, que compreendem as commodities (produtos básicos com cotação internacional, como ferro, aço e alimentos) exportáveis do Brasil. A forte retração do mercado internacional afetou os planos de investimento do setor.
Nem todos os projetos, no entanto, foram cancelados. Segundo Coutinho, há confirmações e adiamentos de projetos nas áreas de siderurgia, celulose e papel e petroquímica.
Investimentos na Petrobras não são afetados
Na indústria, a previsão de crescimento de investimento anual – no período entre 2009 e 2012 - caiu de 14% para 9,8%. O total de investimentos previstos agora nesse intervalo é de R$ 450,1 bilhões. No setor de infra-estrutura, a previsão de investimentos previstos caiu de R$ 340 bilhões para R$ 319 bilhões. No setor de construção residencial, os valores passaram de R$ 570 bilhões para R$ 535 bilhões.
A redução na previsão dos investimentos, no entanto, não afeta a Petrobras, segundo o presidente do BNDES. Dos R$ 317,7 bilhões previstos para serem investidos entre 2009 e 2012 no setor de intensivos em recursos naturais, 80% destinam-se à estatal.
"No caso da Petrobras, não houve redução. Houve confirmação e até expansão do investimento programado".
Desembolsos de R$ 120,8 bi em 2009
Apesar do corte no período fechado, os desembolsos de até R$ 120,8 bilhões previstos para 2009 e de R$ 136,2 bilhões estimados para 2010 representarão novo recorde para a instituição. Segundo Coutinho, esse resultado dependerá de como o mercado privado reagirá à crise, aliviando ou não o papel do BNDES na economia.
Para a área de infra-estrutura, a expectativa é que os desembolsos dobrem entre 2008 e 2010. Na área social, a estimativa é de que o aumento nesse período fique em 109%, incluindo novos desembolsos para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nas áreas de transporte e saneamento. Já para o setor de exportação – diretamente afetado pela crise financeira mundial – a expectativa é de que haja uma queda de 8% dos desembolsos no período.
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