Informações divulgadas nesta terça referem-se ao mês de novembro.
Faturamento da indústria tem queda recorde de 9,9% no período.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou nesta terça-feira (20), por meio dos indicadores industriais, que o emprego na indústria apresentou, no mês de novembro, quando a economia sentiu os efeitos da crise financeira internacional, a primeira queda em 31 meses.
A queda de outubro para novembro foi de 0,6% - a maior já registrada pela CNI desde o início da série histórica da entidade, em janeiro de 2004. No acumulado de janeiro a novembro, porém, o emprego avançou 4,2%.
"O emprego é a variável que responde às mudanças da atividade industrial com maior defasagem quando comparada às demais variáveis. Nesse sentido, esse resultado reflete com clareza a mudança no dinamismo da indústria", informou a CNI.
Na comparação com novembro de 2007, porém, o emprego ainda cresceu 2,9%. Entretanto, de acordo com a entidade, isso representa um cenário de desaceleração, uma vez que a taxa de expansão estava em 4,3% em setembro, e em 3,9% em outubro.
Queda disseminada
De acordo com a CNI, a queda no nível de emprego de outubro para novembro está disseminada em praticamente toda a indústria. Somente os setores de Outros Equipamentos de Transporte, com aumento de 1,7%, e Edição e Impressão (+0,1%) tiveram variação positiva em novembro.
Enquanto isso, os setores no qual o emprego caiu mais foram: Couros e Calçados (-3,6%), Vestuário (-3,3%), Têxteis (-2,2%), Borracha e Plástico (-2,2%), Veículos Automotores (-2,1%) e Máquinas e Equipamentos (-1,8%).
Faturamento
O faturamento da indústria também foi fortemente impactado pela crise financeira em novembro e recuou 9,9% - também o maior valor desde o início da série histórica, em janeiro de 2004. O pior resultado anterior havia sido registrado em agosto de 2008 (-6,7%).
"A queda da demanda com a crise internacional foi decisiva para o recuo deste indicador", informou a CNI. No acumulado deste ano, porém, o faturamento ainda está positivo. Subiu 6,4%, o que demonstra "arrefecimento", informou a Confederação Nacional da Indústria. Até outubro, a taxa de crescimento estava em 7,8%.
Uso do parque fabril
Os dados do nível de utilização da capacidade instalada da indústria, ou seja, o uso do parque fabril, também confirmam o cenário de desaceleração da economia brasileira. Em outubro, estava em 82,6%, recuando para 81,6% em novembro no indicador dessazonalizado.
"A indústria está usando menos o seu parque produtivo. As horas trabalhadas também recuaram [-1,5% em novembro], mostrando que a capacidade instalada estava em um patamar relativamente alto, mas estabilizado. Agora retrocede aos níveis de 2007", avaliou o chefe da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. Segundo ele, há uma "acumulação forte de estoques."
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