segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Mercado já prevê redução maior de juros em janeiro

Até o momento, mercado previa corte de 0,25 ponto, para 13,50% ao ano.
Agora, já estima um corte de 0,50 ponto percentual, para 13,25 ao ano.

Fonte: G1

O mercado financeiro passou a prever uma redução maior da taxa de juros no início deste ano, segundo revelou o Banco Central nesta segunda-feira (5), por meio de pesquisa realizada com as instituições financeiras na última semana. A pesquisa dá origem ao relatório de mercado, também conhecido como Focus. O BC não reduz juros desde setembro de 2007.

Atualmente, os juros básicos da economia estão em 13,75% ao ano. Na semana retrasada, a maior parte dos analistas do mercado financeiro já apostava em redução dos juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de janeiro, marcada para os dias 20 e 21 deste mês. A expectativa era de um corte de 0,25 ponto percentual, para 13,50% ao ano.

Na última semana, porém, o mercado financeiro passou a acreditar em uma redução maior dos juros no Copom de janeiro, de 0,50 ponto percentual - o que reduziria a taxa para 13,25% ao ano. Segundo o BC, o mercado também acredita que os juros serão reduzidos novamente em 0,50 ponto percentual, para 12,75% ao ano, em março. Em abril, junho e julho, o mercado aposta que haverá três reduções seguidas de 0,25 ponto percentual, com a taxa Selic terminando julho em 12% ao ano - valor no qual seria mantida até o fim de 2009.

Inflação

A taxa de juros é o principal instrumento do Banco Central para conter a inflação. No Brasil, vigora o sistema de metas, pelo qual a autoridade monetária tem de atingir metas pré-determinadas. Para 2009, a meta central é de 4,5%.

Porém, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo em relação à meta central. Deste modo, a inflação pode oscilar entre 2,50% e 6,50% sem que a meta seja formalmente descumprida. O BC já informou anteriormente que busca trazer a inflação para a meta central já em 2009. Por isso manteve os juros inalterados em 13,75% ao ano na última reunião do Copom de 2008, realizada em dezembro.

Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, a estimativa dos economistas ouvidos pelo BC foi mantida estável em 5%. Para 2008, resultado que será divulgado nesta semana, a expectativa de inflação caiu de 6,03% para 6,01% na última semana.

Crescimento

O mercado financeiro elevou, na última semana, a sua estimativa para o crescimento da economia brasileira em 2008 de 5,60% para 5,62% neste ano.

Para 2009, entretanto, a previsão de crescimento econômico caiu de 2,44% para 2,40%. Durante a maior parte de 2008, a projeção do mercado para o crescimento de 2009 ficou em 3,50%. Entretanto, com a crise financeira internacional, que se agravou em meados de setembro com o anúncio de concordata do banco de investimentos Lehman Brothers, a previsão começou a cair.

No caso do governo, a sua projeção oficial para o crescimento de 2009 já esteve em 5% na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Entretanto, foi revisada por duas vezes e, neste momento, já deixou de ser previsão e passou a ser meta: de 4%. O Banco Central estima em 3,2% o crescimento do PIB do ano de 2009.

Taxa de câmbio

Na última semana, dado que foi divulgado nesta segunda-feira (5), a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2009 foi mantida em R$ 2,25 por dólar. Desde a piora da crise financeira internacional, tem sido registrada uma saída maior de recursos da economia brasileira, o que tem pressionado o dólar para cima.

Balança comercial

No caso da balança comercial brasileira, a projeção do mercado financeiro para o saldo (exportações menos importações) de 2009 caiu de US$ 15 bilhões para US$ 14,5 bilhões. Em 2008, a balança comercial teve superávit de US$ 24,7 bilhões, com forte queda de 38,2% frente ao ano de 2007, quando o resultado positivo somou US$ 40 bilhões.

No caso dos investimentos estrangeiros diretos, a expectativa do mercado financeiro para 2008 passou de US$ 36,45 bilhões para US$ 37 bilhões. Para 2009, a projeção de ingresso de investimentos no Brasil subiu de US$ 21,5 bilhões para US$ 23 bilhões.

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